Guardar o Fogo é o novo livro do poeta Joaquim Pessoa. Com a chancela da Edições Esgotadas, o livro será lançado dia 8 de Junho, sábado, às 17h00, na livraria Bulhosa do Campo Grande, em Lisboa. A Apresentação será feita por Maria da Conceição Andrade e Maria Fernanda Navarro, autoras do texto introdutório.
Como o título indica, Guardar o Fogo reúne poemas sobre a natureza da palavra e o laboratório poético de Joaquim Pessoa, e vem responder a um projecto do autor de concentrar num livro a relação do poeta com o ofício enigmático da palavra, a busca do tutano e da textura, os «ossos de uma paciência que persegue o mundo». Neste sentido, o fogo guardado nas 388 páginas é uma libertação de ar para os leitores e estudiosos da poesia, em geral, e da poesia de Joaquim Pessoa, em particular.
Como poeta é sinónimo de desassossego, o autor junta 104 textos inéditos à Antologia que contempla textos desde O Pássaro no Espelho, editado pela Moraes Editores em 1975 até Ano Comum, editado pela Litexa em 2011. Guardar o Fogo é, afinal, «Um mundo de palavras. Língua/que lambe o universo para espanto/da imobilidade das estrelas.», como se lê no texto inédito da página 73.
Transcrevo, ainda, dois textos inéditos:
Poema quadragésimo terceiro
Falo-te do limite do mundo: para lá
das palavras, para lá da fala. Um oceano vazio
é a nossa boca, território atormentado por
uma água seca antes das cerejas e depois do
parto. Cordão que liga o teu tempo
a um tempo universal: da tua voz,
ao canto tremendo das estrelas, fogo
cantando luz.
Luz, e ouro altíssimo: sangue, ideia, ventre, vida. (p.75)
Poema quinquagésimo primeiro
A escrita
foi a terra prometida
Por ela
as águas se abriram
para que o poeta guiasse
o seu povo de sílabas. (p.83)
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